Seus primeiros registros datam por volta de 1870, acompanhando um processo de avanço tecnológico e da modernidade em todos os aspectos do cotidiano. Sendo um meio de comunicação oficialmente regulamentado, o bilhete postal oferecia a facilidade de encaminhar uma breve mensagem escrita e o destinatário em um único documento, sem necessidade de envelope.
É possível identificar um aumento significativo da produção e do consumo de cartões postais na virada do século 19 para o século 20, que corresponde a um período que podemos considerar como a idade do ouro dos cartões postais[1]. Esse costume impulsionou também a cartofilia, que é a prática de colecionismo desta tipologia.
Por sua vez, essa prática de comunicação incorpora a representação visual com a possibilidade de reprodução em massa advinda das técnicas fotográficas. Em razão de sua característica documental, os primeiros gêneros fotográficos explorados popularmente foram o retrato e o registro de paisagens.
Assim, podemos construir aquilo que Schapochnik identifica como “um mapa das geografias das nossas lembranças” (1999, p. 427). Este convite nos leva a realizar uma breve leitura iconográfica:
Cartão postal de banhistas, datado de 1903, com remetente na cidade de Porto Alegre e destinatário para a cidade de São Paulo. A União Postal Universal é uma organização fundada em 1874, com o objetivo de regulamentar normas de circulação de correspondência postais em nível mundial. Este exemplar, portanto, integra as primeiras edições impressas. Na frente, apresenta um recurso de colorização manual utilizado em processos fotográficos. ca. 1900. Acervo MIS.